quarta-feira, 13 de abril de 2011

Armadura


Abri as portas da minha jaula, caminhei, parei e olhei o céu encoberto pelas nuvens cinzas da solidão. Percebi aquele ar gélido dentro de mim, como de costume. Reparei em torno de mim enormes rochas, e percebi que haviam mais pessoas ali. Nesse instante pude notar que não estava sozinha, haviam mais pessoas na mesma situação.
    Eu não conseguia ver porque este sentimento vendou-me. A camada de gelo que se acumula sobre mim, a cada mágoa, a cada amor não correspondido, a cada amigo que parte, a cada palavra que machuca, torna-se cada vez mais espessa . A cada decepção, uma nova camada é adicionada e vai formando minha armadura. Todo esse frio me faz esquecer que dentro de mim ainda arde uma chama, uma parte que anseia viver.
    Todo esse gelo espesso me confundiu, mas pude sentir este fogo que arde no fundo da alma e que me faz ver que não estamos sozinhos. Sempre haverá verdadeiros amigos. Raros. Aqueles que vão puxá-lo do meio de tanto gelo.

5 comentários:

  1. "Sempre haverá verdadeiros amigos".
    Parabéns pelo texto! Sempre acompanho seu Blog. Adorei o jeito como escreve.
    Beijos.

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  2. parabéns pelo blog muito massa

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  3. "Abri as portas da minha jaula, caminhei, parei e olhei o céu encoberto pelas nuvens cinzas da solidão."
    "A cada decepção, uma nova camada é adicionada e vai formando minha armadura."

    Muuuito bom! Parabéns! Adoro o jeito como vc escrevee!

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Só não valem palavrões ok?!